quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

OBESIDADE E HÁBITO ALIMENTAR DA CRIANÇA

OBESIDADE E HÁBITO ALIMENTAR DA CRIANÇA:



HÁBITO ALIMENTAR DA CRIANÇA - Procurando abordar o hábito alimentar e a sua importância durante a infância, com base na literatura disponível, notadamente a partir de  Vitolo (2003), Philippi et al (1999), Accioly, Saunders e Lacerda (2002), Bracco et al (2002),  Pipitone (1995), Coimbra (1982), Abreu (1995) e Burigo (1992), entre outros, observa-se a necessidade do bem-estar físico, mental e social, uma vez que nesta faixa de idade é vista como suscetível à subnutrição ou hipernutrição, tendo em vista a necessidade delas de certa dosagem de nutrientes e calorias para o seu saudável crescimento e desenvolvimento. Tendo-se por base que os hábitos e padrões alimentares, para Coimbra (1982, p. 122), são "[...] formas em que os indivíduos ou grupos selecionam, consomem e utilizam os alimentos disponíveis, incluindo os sistemas de produção armazenamento, elaboração, distribuição e consumo dos alimentos", constituindo, assim, segundo o autor, os traços universais da cultura de qualquer grupo étnico, sugerindo, com isso, que deve ser proporcionada uma “(...) alimentação adequada aos escolares e pré-escolares carentes das regiões deprimidas dos pais". Dessa forma, conforme Búrigo (1992) e Abreu (1995), é de suma importância a adoção de hábitos alimentares saudáveis em crianças, privilegiando o integral uso dos alimentos por meio de uma dieta que seja ministrada adequadamente, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento e melhoria da capacidade do organismo infantil, na resposta às enfermidades e infecções. Esta dieta alimentar adequada, conforme Coimbra (1982), deve promover a mudança de hábitos no sentido de efetivar uma alimentação equilibrada que seja incorporada a um projeto de educação nutricional para combater a desnutrição e a obesidade.
A desnutrição, conforme Bracco et al (2002) e Vitolo 2003), atinge um universo de milhões de crianças em todo mundo, podendo ser evitada com tratamento, sendo considerada como uma síndrome multifatorial que está relacionada à falta de condições mínimas de existência. Por essa razão, Accioly et al (2002) chama atenção para o fato de que quando se constata as deficiências nutricionais, observam que estas são provocadas pela desnutrição resultam em doenças que decorrem do aporte alimentar insuficiente em energia e nutrientes, ou ainda do inadequado aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos- geralmente motivado pela presença de doenças, em particular doenças infecciosas. Alertam os autores que a desnutrição é um caso muito sério, uma vez que sua solução deve levar em consideração o acesso à renda que garanta a aquisição de comida para uma vida saudável e a compra de bens necessários para a existência social do indivíduo enquanto cidadão e tem como causas diversos fatores, normalmente associados à pobreza e a falta de alimentos dela decorrente. Esta síndrome na faixa etária infantil, é indicada pelo comprometimento severo do crescimento linear e/ou pelo emagrecimento extremo da criança, constituindo-se num dos maiores problemas enfrentados por sociedades em desenvolvimento, seja por sua elevada freqüência, seja pelo amplo espectro dos danos que se associam a tais condições. Nesse caso, observa Pipitone (1995) que o problema da desnutrição só pode ser efetivamente combatido por meio de ações clínicas e sociais integradas entre si.
No campo das deficiências oriundas de condições subnutritivas, alertam Bracco et al (2002), que as crianças se tornam carentes de ácido fólico, ferro, ácido, vitimina C e cobre que devem ser ministradas por meio de dietas adequadas. Alem do mais, a desnutrição pode apresentar dois caminhos, tais como o da subnutrição, resultado de pouca alimentação, ou a da hipernutrição, alimentação excessiva.sendo que ambas são causadas por um desequilíbrio entre a necessidade do corpo e a ingestão de nutrientes essenciais.
No caso da hipernutrição, revelam Bracco et al (2002), que esta gera o excesso de peso, resultando na obesidade que não apenas um problema estético, mas que pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do esqueleto. E a obesidade pode ser causada pelo consumo de alimentos gordurosos, falta de atividades físicas, ansiedade, depressão, fatores hormonais e genéticos, dentre outros.
Encontra-se na literatura recolhida que para prevenção da subnutrição ou da hipernutrição está uma série de medidas preventivas que devem ser ministradas por uma equipe multiprofissional, tomando-se a providência no sentido de prescrever uma alimentação balanceada, rica em frutas, legumes e verduras; a prática de atividades físicas, o respeito aos horários das refeições e evitar alimentos gordurosos, como doces, frituras e refrigerantes, dentre outras medidas. É nesse sentido que, ao se propor hábitos alimentares saudáveis, é preciso, conforme Philippi et al (1999) a adoção de uma pirâmide alimentar que é o mais moderno Guia de Alimentação, aprovado, pela Organização Mundial da Saúde, recomendando o consumo de uma variedade de alimentos, o equilíbrio dos alimentos que devem ser consumidos com atividade física, escolha de uma dieta pobre em gordura, gordura saturada e colesterol; escolha de uma dieta rica em produtos de grãos, vegetais e frutas, moderada em açúcares , em sal e sódio. Ou seja, para os autores mencionados, esta pirâmide propõe uma hierarquia alimentar que vai desde os carboidratos complexos, fonte de energia recolhida de cereais, pães, raízes e tubérculos; reunião de grupos ricos em vitaminas, minerais e fibras, como hortaliças e frutas; os alimentos-fontes de proteína, como leite e produtos lácteos, carnes e ovos, leguminosas; até os alimentos que devem ser consumidos em menor proporção por serem calóricos e, em excesso, são prejudiciais à saúde, tais como óleos e gorduras, açúcares e doces. Tudo, conforme assinalam os autores epigrafados, observando-se os conceitos da alimentação equilibrada que requer variedade, moderação e proporcionalidade, além da determinação da pirâmide especial para as crianças em seus diversos níveis. É nesse sentido que, segundo Abreu (1995), Bracco et al (2002), Búrigo (1992), Coimbra (1982) e Pipitone (1995), o espaço da escola deve ser entendido como um espaço de relações dentro de um contexto sócio-econômico-cultural, o que a confirma como espaço político que deve ser considerado como um espaço privilegiado para a promoção de saúde num enfoque ampliado, ou seja, na perspectiva de construção de cidadania e de envolvimento dos diversos atores que compõem este universo: crianças, adolescentes, profissionais de educação, familiares, líderes comunitários e profissionais de saúde. Desta forma, os autores chamam atenção para o fato de que não só o nutricionista como, também, o educador tem um papel fundamental não somente nas questões referentes à aprendizagem, mas na sensibilização com relação à saúde alimentar das crianças em idade escolar.

REFERENCIAS
ABREU, M. Alimentação escolar: combate à desnutrição e ao fracasso ou direito da criança e ao pedagógico? Em aberto. Brasília, v. 15, n.67, p.5-20, 1995.
ACCIOLY, Elizabeth; SAUNDERS, Claudia; LACERDA, Elisa M. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2002.
BRACCO, M.M., FERREIRA, M. B. R., MORCILLO, A. M., COLUGNATI, F. e JENOVESI, J. Gasto energético entre crianças de escola pública obesas e não-obesas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, volume 10, pág. 29-35, 2002.
BÚRIGO, L. A. Z. Educação em saúde na escola: uma visão atual. Revista Brasileira de Saúde Escolar, v. 2, n. 2, p. 70-72, abr. 1992.
COIMBRA, Mario. Comer e Aprender – Uma História da Alimentação Escolar do Brasil. Belo Horizonte. MEC, 1982.
PHILIPPI, S. T.; FISBERG, R.M.; LATTERZA, A.R.; CRUZ, A.T.; COLUCCI, A.C; FISBERG, M. Pirâmide alimentar infantil. In: Anais da 1ª Semana Acadêmica de Ciência e Cultura da Faculdade de Saúde Pública. São Paulo: FSP/USP; 1999.
PIPITONE, M.A.P. A relação saúde e educação na escola de 1º grau. Alimentação e Nutrição. São Paulo, n.65, p.48-52, 1995.
ROCHA, Germana. Hábito alimentar: as prevenções de carências e obesidade em crianças com idade escolar. São Paulo: ABRAN, 2008.
VITOLO, Márcia Regina; Nutrição. Da gestação à adolescência. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2003.


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Sonia Maria
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