Assunto: [Comunidade Bahá'í do Brasil] - Jovens pioneiros do Brasil:
Jovens pioneiros do Brasil
Jordana Araújo
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Desafios, fé e confirmações
“Apoiar as atividades centrais realizadas numa comunidade e ajudar os amigos que assumiram trabalhos pela Causa”. É assim que o jovem piauiense Lucas Rodrigo dos Santos, de 18 anos, explica as principais tarefas de um pioneiro bahá’í. Cientes da importância destas tarefas para o desenvolvimento e fortalecimento das comunidades bahá’ís em diversos lugares, cada vez mais jovens brasileiros estão atuando como pioneiros.
Lucas deixou o Nordeste, onde nasceu e foi criado, e veio para a cidade de São Sebastião (DF), parte do agrupamento Falcão Real, na região de Brasília. Com o intuito de avançar no cumprimento de seus objetivos, ele decidiu participar do primeiro Curso de Capacitação de Pioneiros Bahá’ís, idealizado pelos Conselheiros do Corpo Continental residentes no Brasil e pela Assembleia Espiritual Nacional1.
Junto com mais dez bahá’ís, representantes de seis Estados brasileiros, Lucas imergiu durante dez dias nas escrituras sagradas e revisou toda a sequência dos livros do Instituto Ruhí2 , realizando reflexões e práticas conjuntas entre os dias 26 de janeiro e 5 de fevereiro de 2012.
“Depois do treinamento, compreendi melhor a importância das atividades de um pioneiro, o seu papel em uma nova comunidade e as suas atribuições”, conta Lucas. Em São Sebastião, ele é responsável por uma aula de educação espiritual para crianças e um grupo de empoderamento espiritual de pré-jovens.
Muitas vezes, os jovens pioneiros trazem consigo a experiência que tiveram em suas cidades natais e que contribuem para a vida comunitária onde atuam como pioneiros. É o que fez Sara Spinassé, de Maceió (AL), também pioneira em São Sebastião. Facilitadora de um círculo de estudos para jovens, a alagoana de 18 anos organizou uma oficina de teatro para o grupo de pré-jovens que Lucas também apoia. “O objetivo é oferecer a arte como forma de facilitar o aprendizado e integrar a comunidade, um espaço para discutir a linguagem artística, o auto-conhecimento e possibilidades corporais”, conta Sara. “Dessa forma, os pré-jovens unificam seus esforços para melhor servirem sua comunidade”, acredita ela.
Os pioneiros trabalham junto com os membros da comunidade em que se inserem, sempre buscam utilizar a ferramenta da consulta para decidir como melhor organizar as atividades às quais se dedicarão.
Lucas explica que apenas no campo da ação é possível compreender o verdadeiro significado da Providência divina: “Basta se levantar, e uma legião de anjos estará ao seu lado”, acredita o jovem, citando um trecho das escrituras bahá’ís. “As graças que eu já recebi desde quando decidi partir para o Centro-Oeste foram inúmeras. Eu pude ver de perto como Deus age em nossas vidas e como todas as coisas vão se encaixando para tudo dar certo”, emociona-se.
Em João Pessoa (PB), Marcos Alan e Talieh Ferreira também atenderam ao chamado das instituições para servir em outras terras. Hoje eles colaboram para que o agrupamento Fênix continue a oferecer as atividades centrais de forma organizada para um número cada vez maior de pessoas interessadas. Conforme mais pessoas se sentem responsáveis pelo desenvolvimento espiritual e material de suas comunidades, mais rapidamente se dá a multiplicação das atividades, envolvendo números crescentes no processo de consulta sobre como atender à demanda local. “A comunidade está esperançosa com uma nova fase que o agrupamento pode entrar em breve com o aumento do número de atividades”, conta Marcos.
Ao se tornar pioneiro, uma série de desafios devem ser superados, que vão desde as expectativas para definir o local em que se estabelecerão até o processo de adaptação, que inclui encontrar um emprego que possa garantir a subsistência. As dificuldades iniciais são superadas com o apoio das pessoas da comunidade e das instituições bahá’ís do local onde passam a residir e pela confiança nas confirmações divinas. “A saída de São Paulo nos mostrou o quão grande é o poder da Palavra de Bahá’u’lláh”, disse Marcos. “Um trecho da Epístola do Fogo, revelada por Bahá’u’lláh, orienta: ‘quando as espadas cintilam, avança!’; acho que esse trecho é perfeito para quem se levanta como pioneiro”, afirma Marcos.
Martha e Daniel Zonneveld deixaram São Carlos (SP) e se tornaram pioneiros em Aracaju (SE), parte do agrupamento Jardim de Ridván. Ambos são responsáveis pela implementação do programa de pré-jovens na Escola Municipal Núbia Marques e na Escola Municipal Juscelino Kubitschek, beneficiando quase 90 adolescentes.
“A vontade de chegar logo no posto de pioneirismo foi uma das nossas provações”, confessa Martha. “Foi preciso desenvolver a virtude da paciência e compreender que tudo tem seu tempo”, lembra ela. O casal ainda está tentando ingressar no mercado de trabalho sergipano. “Não é fácil. É um desafio que vamos ter que superar com perseverança, confiantes nas confirmações divinas”, afirma ela.
Daniel ressalta a importância de poderem contar com o apoio incondicional da secretaria do Conselho do Nordeste assim como de toda a comunidade bahá’í de Aracaju, que atinge a marca de mais de cem bahá’ís bastante ativos. “Temos ainda o apoio diário das Coordenações3 de Sequência de Estudos, de Aula Bahá’ís para Crianças e de Grupos de Pré-jovens, que nos auxiliam no planejamento e execução das ações para cumprir as nossas metas de avanço do programa”, disse ele. “O treinamento que recebemos em Brasília foi essencial para revisar conceitos sobre as
quatro atividades centrais, pois ajuda efetivamente na prática, que é trabalhar como agentes de transformação do mundo”, complementa Martha.
Pioneirismo internacional
Anis Sami Silva, de 23 anos, é um dos jovens brasileiros que optou pelo pioneirismo longe do seu país natal. Atualmente, ele faz parte da comissão de logística da construção do último Templo Continental, conhecido como Templo Mãe da América do Sul4, localizado nos arredores de Santiago (Chile). Além disso, ele também contribui para o fortalecimento das atividades centrais da comunidade chilena como membro da Assembleia Espiritual Local de Peñalolén.
Até o final de fevereiro de 2012, Anis morava com os pais em Brasília (DF), e há muito tempo vinha pensando em como melhor aproveitar seus talentos e capacidades para o serviço à humanidade. “Quando soube da necessidade de pioneiros internacionais em Santiago para colaborar com a construção da comunidade, já estava a ponto de me formar. Eu sabia que esse seria o momento ideal para concretizar um sonho de infância”, diz. Poucas semanas antes, enquanto estava em peregrinação na Terra Santa5, Anis conta que orou muito nos Santuários de Bahá’u’lláh e do Báb e escutou palestras inspiradoras que o auxiliaram a tomar a decisão de se levantar como pioneiro. “As guias da Casa Universal de Justiça sobre o pioneirismo confirmaram a minha aspiração”, conta ele.
“Algumas oportunidades de serviço aparecem uma vez na vida. Se deixarmos passar, pode ser que não apareçam novamente”, reforça Anis. “Devemos orar para que Deus nos permita ver essas oportunidades quando elas chegarem”, acredita. O jovem considera que o clima, a cultura e o idioma são algumas das dificuldades encontradas. “Mas com certeza as maiores barreiras são na verdade psicológicas e espirituais”, diz ele.
Seja em um bairro mais afastado em sua própria cidade, em uma região distante no país ou no exterior, a confiança em Deus e a atitude de aprendizado para se adaptarem à uma nova vida comunitária são fatores determinantes para todos os jovens e adultos envolvidos com o progresso de suas comunidades por meio da promoção das atividades centrais bahá’ís.
Se você gostaria de mais informações sobre as oportunidades de pioneirismo, consulte as instituições locais ou entre em contato pelo secnac@bahai.org.br.
1 Instituição máxima da administração da Fé Bahá’í em âmbito nacional.
2 O Instituto Ruhí oferece ferramentas de desenvolvimento espiritual para jovens e adultos, focadas tanto no indivíduo quanto na coletividade. Cada curso consiste no estudo de textos e trechos de escrituras sagradas acerca de temas específicos. Para mais informações sobre o Instituto Ruhi, acesse http://ruhi.org.
3 Essas coordenações são parte da estrutura do Instituto Ruhí de Capacitação.
4 Os Templos Continentais Bahá’ís se localizam em Sydney (Austrália), Nova Delhi (Índia), Frankfurt (Alemanha), Kampala (Uganda), Apia (Samoa Ocidental), Cidade do Panamá (Panamá) e Wilmette (Estados Unidos). O Templo em Santiago (Chile) está atualmente em construção. No futuro, templos nacionais e locais serão erguidos em todo o mundo.
5 A Terra Santa (Israel) é local sagrado para diversas tradições religiosas, inclusive a Fé Bahá’í. Lá faleceu e foi sepultado Bahá’u’lláh, fundador da religião, e estão localizados vários lugares sagrados para Seus seguidores.
Assessoria de Comunicação
Secretaria Nacional de Ações com a Sociedade e o Governo - SASG
Comunidade Bahá'í do Brasil
(+55 61) 3255 2200 / 8188 0239
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