sábado, 15 de dezembro de 2012

POEMA TRANSITÓRIO

POEMA TRANSITÓRIO:

Eu que nasci na Era da Fumaça: - trenzinho
vagaroso com vagarosas
paradas
em cada estaçãozinha pobre
para comprar
pastéis
pés de moleque
sonhos
- principalmente sonhos!
porque as moças da cidade vinham olhar o trem passar:
elas suspirando maravilhosas viagens
e a gente com um desejo súbito de ali ficar morando
sempre... nisto,
o apito da locomotiva
e o trem se afastando
e o trem arquejando
é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar... Ah, como essa vida é urgente!
... no entanto
eu gostava era mesmo de partir...
e – até hoje – quando embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho:
viajar, viajar
mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.


Mario Quintana

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Nos faz realmente voltar ao tempo, da beleza da viagem de trem, da chegada que animava a cidade, da saudade de partida...Voltei a minha cidade em Alagoas, onde na época viajávamos de trem para Recife e Maceió ; era uma viagem encantadora, faziam-se amigos, havia tempo para cantar, saborear a paisagem, sem pressa, no ritmo cadente do trem.
Sonia Maria
Atom

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