sábado, 16 de junho de 2012

[Comunidade Bahá'í do Brasil] Painel sobre papel das religiões reúne diferentes tradições em torno do princípio da guardiania

[Comunidade Bahá'í do Brasil] Painel sobre papel das religiões reúne diferentes tradições em torno do princípio da guardiania: Painel sobre papel das religiões reúne diferentes tradições em torno do princípio da guardiania .
Evento na Cúpula dos Povos - Na Tenda Religiões por Direitos
Abertura da Cúpula dos Povos é marcada pela diversidade e pelo busca por oportunidades de diálogo
Começou hoje (15) no Aterro do Flamengo, a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20. O evento segue até 23 de junho e conta com a participação de cerca de 50 mil pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, de várias organizações da sociedade civil.
Na tenda Religiões por Direitos, uma parceria entre a Comunidade Bahá’í do Brasil, a Iniciativa das Religiões Unidas (URI), a ABRAWICCA, a Brahma Kumaris e o Centro de Umbanda Casa do Perdão promoveu um painel acerca do papel da religião na sociedade, com foco na ação social para o desenvolvimento.
“Num mundo cada vez mais secularizado, não estamos falando de rituais e dogmas, mas sim de valores espirituais intrínsecos de cada ser humano e da forma como esses valores podem ser postos em prática em forma de ação social”, afirmou Mary Aune, membro da delegação bahá'í para o evento.
Para os bahá’ís, o conceito da guardiania é essencial para que os direitos humanos possam atingir sua mais elevada expressão. “É a relação do cuidado e do cuidador, do direito e da responsabilidade”, afirmou Mary. “Isso nos leva para uma reflexão acerca do direito à liberdade religiosa e da nossa responsabilidade de proteger a liberdade religiosa do outro.” Para ilustrar esse conceito, ela trouxe o exemplo da perseguição sofrida pelas religiões de matriz africana no Brasil e traçou um paralelo com a situação imposta aos bahá’ís no Irã.
As falas dos demais participantes convergiram para os interesses comuns de desenvolvimento humano – tanto no nível individual quanto comunitário. Para Mavesper Cy Cerydwen, representante da religião Wicca, os seguidores de religiões afro-brasileiras são de fato o grupo religioso que sofre o maior grau de perseguição no Brasil. “Mas o preconceito e a discriminação contra bruxos e wiccanos, que representam uma parcela relativamente pequena da população brasileira, é consideravelmente alto,” afirma ela. “A pergunta mais comum quando dizemos que somos bruxas é ‘cadê a sua vassoura?’. Outros acham que é uma piada.”
“Muitas pessoas perdem seus empregos pelo fato de serem bruxas; muitas mães perdem a guarda de seus filhos porque seus companheiros as acusam de serem uma má influência para as pessoas”, diz Mavesper.
Para a espiritualista Ana Maria, da URI – Salvador, a unidade na diversidade é algo que deve ser aprendido na família e na escola. “Na minha casa, cada um tem uma religião diferente, e meus pais nos ensinaram a valorizar as diferenças e conviver com elas de maneira pacífica. Mas muitas crianças não tem essa oportunidade em casa, e portanto as escolas precisam favorecer o respeito e a tolerância desde cedo”.
A representante da Brahma Kumaris junto às Nações Unidas, Valeriane Bernard, compartilhou a visão de que os indivíduos precisam estar em harmonia interior e exterior a fim de poderem contribuir com o desenvolvimento da sociedade. “A harmonia é tanto uma opção individual quanto um trabalho. É preciso compartilhar as ferramentas para aprender a se harmonizar consigo mesmo para então comunicar essa harmonia para com os outros”, afirmou ela.
Para o Reverendo Elias Pinto, a solução para os conflitos religiosos virá quando passarmos a enxergar o Sagrado de maneira diferente. “Precisamos ser como a mãe que enxerga a diversidade em sua casa, entre seus filhos, e fora dela, entre os filhos de outras mães”.
“A oportunidade de conhecer pessoas diferentes faz com que passemos a respeitar as diferenças, a valorizar os amigos que fazemos ao longo desse caminho”, afirmou ele.
Elias finalizou sua fala dizendo que os bahá’ís são uma face bela do Irã, assim como o são tantos outros grupos que hoje sofrem discriminações e perseguições. “Precisamos olhar para a beleza e crescer a luz do coração, superar as fases da história que passaram e que não tem mais lugar, a fim de que essas fases cedam espaço para que o Sagrado possa envolver a todos.”
Jordana Araújo
Assessoria de Comunicação Secretaria Nacional de Ações com a Sociedade e o Governo - SASG Comunidade Bahá'í do Brasil (+55 61) 3255 2200
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