SAN SALVADOR, El Salvador, 10 de janeiro de 2012, (BWNS) – Reynaldo Galindo Pohl, um reconhecido acadêmico jurista que desvelou significativas evidências de violações de direitos humanos no Irã entre o final da década de 1980 e início dos anos de 1990, faleceu na quinta-feira passada na capital salvadorenha.
Diplomata proeminente e professor de direito, o Prof. Galindo Pohl era reconhecido internacionalmente mesmo antes de ser indicado como Representante Especial da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas para o Irã, em 1987. Ele havia servido como embaixador de El Salvador para a ONU e era também – entre outras funções – diretor de assuntos internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Mas no campo dos direitos humanos, os oito anos que serviu como Representante Especial foram particularmente significativos, principalmente por causa de uma série de relatos que relataram de maneira legítima as intensas (e muitas vezes brutais) violações cometidas pelo Irã contra seus próprios cidadãos.
Em 1990, por exemplo, o Prof. Galindo Pohl citou numerosas entrevistas e documentos que expuseram o uso extensivo por parte do governo do Irã de métodos de execução e tortura, e a falta de salvaguardas judiciais.
"A Comunidade Internacional Bahá'í deseja expressar suas profundas condolências acerca do passamento do Professor Galindo Pohl, cujo impacto e influência na área dos direitos humanos serão para sempre lembrados”, afirmou Diane Ala'i, a representante da Comunidade Internacional Bahá'í junto às Nações Unidas em Genebra.
"Seu incansável trabalho de entrevistas vítimas, suas famílias e outras pessoas com conhecimento direto ou pessoal acerca dos tipos de violação que o governo desejava manter em segredo se tornaram características essenciais de seu relatórios à Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. Isso foi decisivo para chamar a atenção mundial para a brutalidade do regime naquele momento”, disse Ala'i.
O relatório do Prof. Galindo Pohl de 1993 à Comissão foi notável pelo fato de ter revelado o memorando conhecido como "A Questão Bahá'í”, uma carta então secreta datada de 1991 – emitida pelo Conselho Cultural Revolucionário Supremo – que estabeleceu uma política nacional para lidar com os bahá'ís do Irã, definindo limites para suas atividades educacionais, econômicas e culturais.
"A divulgação pública desse memorando foi extremamente importante”, afirmou Ala'i. “O material documenta como os mais altos níveis do governo iraniano haviam desenvolvido um plano para bloquear completamente o desenvolvimento da comunidade bahá'í utilizando meios que chamariam menos atenção do que as execuções e aprisionamentos realizados na década de 1980 – mas que ainda resultariam finalmente na erradicação da comunidade bahá'í como uma entidade viável.”
O Prof. Galindo Pohl visitou o Irã em três ocasiões durante o seu mandato e, nessas visitas, por várias vezes questionou de maneira corajosa as autoridades iranianas, conduzindo entrevistas nas prisões ou com indivíduos que o governo buscava evitar que se encontrassem com ele. Ele também era conhecido por seu aguçado senso de justiça, tendo reportado os longos interrogatórios a que submetia as autoridades iranianas – e também as respostas que eles lhe ofereciam.
Nascido em 18 de outubro de 1918 em Sonsonate, El Salvador, o Prof. Galindo Pohl graduou-se pela Universidade de El Salvador, onde obteve seu doutorado em direitos e ciências sociais. Em 1950, foi eleito Presidente da Assembleia Nacional Constituinte. Ele serviu ainda como Ministro da Educação entre 1950 e 1956. De 1960 a 1964, foi membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Para ler o artigo original em inglês, ver as fotografias e acessar os links, visite: http://news.bahai.org/story/879
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