A ceifeira solitária - William Wordsworth:
Atom
Só ela no campo vi:
solitária de altas serras,
ceifa e canta para si.
Não digas nada, que a aterras!
Sozinha ceifa no mundo
E canta melancolia.
Escuta: o vale profundo
Transborda à de harmonia.
Nunca um rouxinol cantou
em sombras da Arábia ardente
ao que exausto repousou
mais grata canção dolente;
ou gorjeio tão extremado
se escutou na Primavera,
cortando o Oceano calado
entre ilhas de Além-Quimera.
Quem me dirá do que canta?
Será que o que ela deplora
é antigo, triste e distante,
como batalhas de outrora?
Ou coisas simples são
do quotidiano viver?
Essas dores de coração,
que já foram e hão-de ser?
Seja o que for que cantara
é como infindo cantar,
que a vi cantando na seara,
no trabalho de ceifar.
Sem falar, quieto, eu escutava
e, quando o monte subia,
no coração transportava
o canto que não se ouvia.
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Muitos cantos femininos não foram devidamente escutados,as mulheres sempre cantaram junto em suas labutas, quando lavavam roupas nos rios, cantavam para seus bebês,tinham seu proprio canto.
Necesstamos continuar a cantar a paz, a alegria, pois o canto encanta a vida e éatravès de nossos cantos que podemoexpressar o que se passa dentro de nós mesmas, na comunidade..
Desde pequena gostava de cantar nos hospitais (cantava baixinho nos plantões de madrugada), e cantava com as crianças pequenas no embalo do adormecer.
Agora como avó continuo cantando com a neta , os netos e as crianças quando faço atvidades com as mesmas.
Hoje os espaços onde mulheres passam grande parte do dia, o canto náo encontra lugar.
Achei linda a maneira como o autor descreve a vida da ceifeira em sua labuta com seu canto..
Simplesmente Sonia MariaAtom
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