Sob a Tua Serenidade - Cecília Meireles:
Não me ouvirás ...É vão ... Tudo se espalha
Pelos ermos de azul ... E permaneces
Sobre o vale das súplicas e preces
Com solenes grandezas de muralha ...
Minha alma, sem Te ouvir nem ver, trabalha
Tranquila. Solidão ... Desinteresses ...
Por que pedir? De tudo que me desses
Nada servirá a esta existência falha...
Nada servirá, agora ... E, noutra vida,
Oh, noutra vida eu sei que terei tudo
Que há na paragem bem-aventurada ...
Tudo – porque eu nasci desiludida
E sofri, de olhos mansos, lábio mudo,
Não tenho nada e não pedindo nada ...
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